sábado, 8 de maio de 2010

MORTE DE TRAVESTIS

Ofício Nº031     PI /2010                                                            Picos/PI, 05 maio de 2010.
 
As
Secretaria Especial de Direitos Humanos e
Secretaria Nacional de Segurança Pública
 
                A ANTRA (Articulação Nacional de Travestis e Transexuais) através de sua Presidente vem questionar e cobrar até quando a violência contra Travestis vai ser ignorada ou posta de lado pelas autoridades?  Em 28.03.2010 (oficio nº0028/2010) enviado a SEDH e SENASP noticiando e cobrando sobre o covarde assassinato das duas Travestis em Maringá – mereceu apenas a resposta do recebimento do mesmo.
A mortandade de Travestis em todo Brasil, continua sendo verdadeira calamidade pública, apesar de serem feitas campanhas e alertas do movimento organizado, advertindo as Travestis para que evite situações de risco, cobrando do poder público punição efetiva dos crimes transfóbico.
                Sabe-se através de pesquisas, "em números absolutos, os homens gays são as maiores vítimas, mas, proporcionalmente, são assassinados mais Travestis e Transexuais". Isso se deve a vulnerabilidade que as Travestis se encontram pelo simples fato da sua visibilidade, são alvos para crimes de transfobia porque são pessoas fáceis de identificar onde quer que estejam.
                 Não precisa estar na rua se prostituindo para que uma Travesti seja molestada, injuriada ou agredida.
                 As 18 travestis que foram assassinadas, não foram ameaçadas, mas morreram de surpresa, baleadas na esquina onde tentavam ganhar o pão daquele dia, Mereciam essa barbárie?    Então porque ignorar de tal forma esses crimes?  São seres humanos como qualquer outra pessoa, mais do que tudo QUEREM VIVER! (texto completo clique no titulo)
               Enquanto as outras minorias sociais mais organizadas e com maior atenção governamental (negros, índios, mulheres, crianças, idosos, etc.) registram salutar decréscimo de homicídios nos últimos anos, os crimes contra Travestis têm aumentado assustadoramente de forma generalizada.
               O estilo de vida das Travestis profissionais do sexo é mais exposto, sendo o principal fator explicativo de tantas baixas fatais neste segmento populacional.
         

             E como até hoje nada foi feito para mudar esse quadro, matar Travestis virou coisa comum, sem importância, quase um esporte, tanto que a imprensa e as autoridades mais habituadas com esse tipo de notícia, nem se pronunciaram sobre essas barbáries.
     
            Não é fácil tirar as travestis das ruas, porque além da força de vontade em querer mudar de quem se encontra nessa situação, as lideranças e o governo devem criar e apresentar políticas públicas, parcerias e tudo mais que se faz necessário quando o assunto é de ordem social, afinal, não é para isso que elas estão aí?
             A cada ano que passa avançamos na visibilidade LGBT, mas em contrapartida a cada ano vem aumentando os crimes de ódio contra as Travestis.   Não adianta fazer campanhas de visibilidade positiva, se não tivermos segurança e respaldo governamental para cobrar das autoridades solução destes crimes que vem acontecendo.
                A ANTRA, através de sua Presidente, vem cobrar destas Secretarias um posicionamento de que voltem seus olhos as Travestis que estão nas ruas, que estão sendo alvo certo de crimes de transfobia,
                Esse é um problema social, portanto, chega de tapar o sol com a peneira!
               Cobramos da SEDH e do SENASP, investigação e acompanhamento sobre  essas  18 mortes.
                O combate à impunidade é um dos direitos fundamentais das Travestis mais desrespeitado.
              
                                                                     

                                        ­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­                Jovanna Baby
                                                   Presidente da ANTRA
 

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